Contusões
Quais os sintomas da contusão muscular?
Dor e dificuldade de movimentar a região muscular após um traumatismo (p.ex.: queda, pancada, etc) são os sintomas mais comuns.
Na maioria dos casos, não é difícil diagnosticar uma contusão muscular, mas é importante observar que a contusão pode ser confundida com uma ruptura muscular – esta, um problema mais grave e limitante.
Algumas pessoas com espondilite anquilosante acreditam estar sofrendo sintomas de contusões musculares quando, na verdade, estão apresentando o que os especialistas chamam de Mialgia Tardia por Esforço, um quadro de dores musculares que surge de modo gradual nas 12h seguintes a uma atividade física mais intensa.
Como as contusões musculares devem ser tratadas?
O tratamento das contusões musculares pode ser dividido em 3 fases: (1) aguda, (2) de recuperação e (3) de maturação ou remodelamento.
Logo após a contusão, na chamada Fase Aguda, a intenção do tratamento é diminuir a dor e controlar qualquer complicação no local (p.ex.: hemorragia, fraturas, etc).
As medidas mais simples nesta etapa do tratamento incluem repouso com elevação e imobilização do local afetado, e compressas geladas por 1-2 dias. Durante este período, é recomendável evitar aplicar calor no local para não piorar o inchaço. Após os 2 dias, as compressas já podem ser trocadas de frias para mornas.
Se a dor da contusão for muito intensa, é recomendável utilizar muletas ou bengalas. Além de evitar a piora da lesão muscular, estes apoios também ajudam a evitar sobrecarga na coluna e crises de espondilite. Antiinflamatórios e analgésicos receitados pelo médico também são úteis para diminuir o desconforto.
Na segunda fase do tratamento, chamada Fase de Recuperação ou de Regeneração, o objetivo é recuperar a mobilidade e a força muscular. Nesta etapa, são recomendados exercícios supervisionados. A intensidade dos exercícios varia de acordo com a tolerância de cada pessoa.
Finalmente, na terceira fase, chamada Fase de Maturação ou Remodelamento, ocorre a recuperação gradual do músculo. O tratamento é feito com exercícios de resistência.
Na imensa maioria das pessoas com espondilite que sofre contusões musculares, a recuperação é completa após cerca de 20 dias de tratamento.
Os sintomas de uma contusão quase sempre são inespecíficos e o diagnóstico é feito por exclusão. Contudo, algumas queixas são bastante freqüentes (p.ex.: dor a mobilização ativa e passiva da região afetada) e os dados da anamnese freqüentemente trazem um relato de trauma recente.
A contusão pode ser diferenciada da ruptura muscular devido à presença de função residual (que não está presente na ruptura). Além disso, na ruptura a dor tende a ser mais intensa e relacionada a um esforço agudo, ao invés de um trauma direto.
Durante a anamnese, é importante procurar diferenciar a contusão da mialgia tardia por esforço (MTE). Freqüentemente, pacientes com MTE queixam desenvolvimento gradual da dor nas 12h seguintes à atividade física, e o desconforto tende a apresentar uma distribuição simétrica.
Ao exame físico, deve-se procurar por sinais de hematoma, edema, fraturas ou comprometimento neurovascular. Em mulheres e crianças, a presença de contusões musculares associadas a escoriações superficiais deve levantar sempre a possibilidade de violência doméstica ou abuso.
Transporte da vítima
A remoção ou movimentação de um acidentado deve ser feita com um máximo de cuidado, a fim de não agravar as lesões existentes.Na remoção de uma vítima, tome as seguintes providências:1. Se houver suspeita de fraturas no pescoço e nas costas, evite mover a pessoa.
2. Para puxá-la para um local seguro, mova-a de costas, no sentido do comprimento com o auxílio de um casaco ou cobertor.
3. Para erguê-la, você e mais duas pessoas devem apoiar todo o corpo e colocá-la numa tábua ou maca, lembrando que a maca é o melhor jeito de se transportar uma vítima. Se precisar improvisar uma maca, use pedaços de madeira, amarrando cobertores ou paletós.
4. Apóie sempre a cabeça, impedindo-a de cair para trás.
5. Na presença de hemorragia abundante, a movimentação da vítima pode levar rapidamente ao estado de choque.
6. Se houver parada respiratória, inicie imediatamente a respiração boca-a-boca e faça massagem cardíaca.
7. Imobilize todos os pontos suspeitos de fratura.
8. Se houver suspeita de fraturas, amarre os pés do acidentado e erga-o em posição horizontal, como um só bloco, levando até a sua maca.
9. No caso de uma pessoa inconsciente, mas sem evidência de fraturas, duas pessoas bastam para o levantamento e o transporte.
10. Lembre-se sempre de não fazer movimentos bruscos.
Atenção
- Movimente o acidentado o menos possível.
- Evite arrancadas bruscas ou paradas súbitas durante o transporte.
- O transporte deve ser feito sempre em baixa velocidade,
por ser mais seguro e mais cômodo para a vítima.
- Não interrompa, sob nenhum pretexto, a respiração artificial ou
a massagem cardíaca, se estas forem necessárias, nem mesmo durante o transporte.
Gelo
Aplique gelo o mais rápido possível. O frio causa uma vaso contrição, ou seja, faz com que as veias se contraiam, ajudando a parar sangramentos internos. Com isso, acumula-se o mínimo possível de sangue no local da lesão. A aplicação deve ser feita por aproximadamente 30 min, depois o gelo deve ser removido por 2 horas até a pele esquentar. Repita a aplicação do gelo por 3 a 5 vezes diariamente. Atenção: nunca ponha coisas quentes sobre uma lesão. O calor dilata os vasos sangüineos, resultando em inchaço. O calor só é apropriado após o término de sangramento interno, usualmente 72 horas após um deslocamento ou luxação.
Compressão
Envolva a lesão com uma bandagem elástica ou um pedaço de pano para reduzir o inchaço, diminuir a movimentação e o esforço na área lesada. Mantenha a bandagem firme, mas não aperte em excesso.
Elevação
Elevar a área de lesão acima do nível do coração, se possível, para que a gravidade drene o excesso de fluxo sangüineo. Este procedimento também diminui o inchaço e a dor.
Além destes procedimentos, você poderá utilizar um analgésico para aliviar as dores provenientes de músculos, tendões e ligamentos lesados.
Material desenvolvido com apoio do professor de educação física Wagner Gasparini, graduado pela FMU, pós-graduado em Treinamento Desportivo pela FMU e pós-graduado em Fisiologia do Exercício pela Escola Paulista de Medicina.
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